Segundo o estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2023/2024 a 2033/2034”, ao final do horizonte temporal proposto, a safra do milho alcançará 153 milhões de toneladas e sua semeadura financiada por linhas de crédito alinhadas aos programas ambientais de recuperação de áreas degradadas.
Ainda em 2010, era publicado o livro intitulado “Nutrição Animal, principais ingredientes e manejo de aves e suínos” – ISBN 978-85-7467-017-1, fruto da iniciativa de um reconhecido especialista da nutrição animal à época, meu finado amigo Regis Regina, que contava com a colaboração de outros pesquisadores que abrilhantaram a obra. Um dos capítulos abordava a importância e a qualidade do milho na produção das dietas animais, identificava o Zea Mays (família Poaceae e gênero Zea) como cereal cultivado praticamente em todo mundo devido às suas propriedades nutricionais, capacidade energética e, sobretudo, seu excelente potencial produtivo.
O texto ressaltava que as diversas cultivares do milho facilitam sua adaptação em vários tipos de solo, altitude, clima, e também da possibilidade de alteração das suas propriedades para atendimento às diversas aplicações. Além disso, premeditava que as “duas” safras poderiam somar algo em torno de 55 milhões de toneladas naquele ano.
Quinze anos se aram e o montante mais que dobrou, já que a expectativa de colheita pode alcançar 123 milhões de toneladas, oriundas das “três” safras (24,9 milhões na 1ª.; 95,5 milhões na 2ª.; 2,4 milhões na 3ª.) do milho semeadas, conforme expectativa da CONAB divulgada no mês ado (6º. Levantamento/Safra 2024/2025).
Em 2010, a indústria de alimentação animal produziu 61 milhões de toneladas de rações, cujas composições carregaram 60% de milho. Por sua vez, agora nesse ano corrente, provavelmente mais de 55 milhões de toneladas do cereal serão exigidas para atender a respectiva demanda da cadeia produtiva de proteína animal (carnes, leite, ovos, organismos aquáticos), equinos e pet food.
À propósito, esse montante incremental deve ser reforçado pelo aumento da mistura do etanol anidro à gasolina (E30, proposta ainda dependente da aprovação do Conselho Nacional de Política Energética/CNPE), biocombustível cujo processamento devolve fração nutricional (Distillers Grains with Solubles/DGS, no caso do milho) à pecuária nacional, apesar de parte desse coproduto originado seguir trajetória crescente ao exterior.
Além disso, a constatação de uma arena internacional acometida por recentes barreiras comerciais (tarifaços, retaliações e reciprocidade) envolvendo fornecedores concorrentes e clientes agropecuários globais – sobretudo os Estados Unidos, China, União Europeia, Mexico e Canadá – acabam por estabelecer, ao milho, um ambiente bastante favorável à abertura de novos destinos e ampliação daqueles tradicionais. Em 2010, por exemplo, os embarques não alcançaram 10 milhões de toneladas, enquanto que a perspectiva para o ano corrente é atingir 34 milhões de toneladas além-fronteiras. Vale relembrar que em 2023 o recorde de remessas totalizou 56 milhões de toneladas de milho, das quais, 17 milhões remetidas à China. Leia mais…
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Fonte: Revista feed&food